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Crítica | A Última Casa

Mais limpo, no entanto, ainda sádico!

por Leonardo Campos
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2009 foi um ano peculiar para o terror. Em especial, para os slashers e seus filmes gravitacionais. Jason retornou para uma versão turbinada de Sexta-Feira 13, Freddy Krueger já se preparava para no ano seguinte, aterrorizar os jovens na refilmagem de A Hora do Pesadelo e o assassino das minas, menos conhecido que os dois grandes medalhões, tocou o terror em 3D na releitura do clássico Dia dos Namorados Macabro. Nesta mesma época, Wes Craven liberou os direitos para a produção de uma nova versão do tenso Aniversário Macabro, filme de horror de 1972 que é bem conectado com a estética suja, densa e violenta do que se produzia neste campo. Conhecido por ser a estreia do cineasta e uma espécie de reinterpretação de A Fonte da Donzela, de Bergman, a produção contou com uma campanha de marketing interessante, preparação para o desenvolvimento da narrativa que vista hoje, numa posição diacrônica crítica, ainda é bastante incômoda e até mesmo inaceitável, afinal, os tempos e conquistas são outras.

Em 2005, o cineasta David DeFalco lançou Chaos, produção com linha dramática aparentemente ressonante do clássico de Wes Craven, passo a passo, por sinal, trama que é vista por alguns especialistas como uma refilmagem não declarada. É apenas em 2009 que os produtores conseguem o grego Dennis Illiadis para dirigir a nova versão, longa em seus 110 minutos, mas não tão complexa quanto o seu ponto de partida, afinal, por mais que ainda fiquemos transtornados com os tons de violência da narrativa, a mídia cotidianamente já nos adestrou para recepcionar histórias traumáticas e bizarras. Estupros, facadas, agressões contra mulheres e homossexuais, crimes dentro do próprio eixo familiar, etc. São tantas histórias que até naturalizamos o que deveria ser abjeto e impensável, não é mesmo?

Baseado no roteiro de Adam Alleca e Carl Ellsworth, Illiadis rege A Última Casa com uma equipe preocupada em estabelecer limpeza estética e entregar uma narrativa empolgante enquanto entretenimento ao seu público. Aquele clima sujo e fétido de 1972 é trocado por enquadramentos e movimentação mais sofisticada por parte da direção de fotografia de Sharone Meir, devidamente iluminada e responsável por captar os espaços do design de produção de Johnny Breedt, ambientação com os obstáculos ideais para criar determinados momentos de tensão numa história que tal como já mencionado, não impacta tanto quanto o seu ponto de partida, fruto de uma época muito especifica. Entram na história, Howard Berger e John Murphy, supervisor de efeitos especiais/maquiagem e compositor da trilha sonora, respectivamente, setores que cumpre com eficiência em suas funções, mas sem nenhum momento marcante ou inesquecível para um campo de produção já desgastado com tantas refilmagens em 2009.

Na história, duas garotas, Mari (Sara Paxton) e Paige (Martha Macisaac) saem para se divertir durante o aniversário de uma delas. No caminho, são sequestradas por uma quadrilha de criminosos cruéis. Eles humilham, torturam e agridem verbalmente e psicologicamente as duas, transformando-as em marionetes de uma situação infernal que culmina em suas mortes. A ironia da situação é que após os atos macabros, eles de deslocam para a tal casa erma do título, habitada por John Collingwood (Tony Goldwyn) e Emma Collingwood (Monica Potter), os pais de Mari, uma das meninas assassinadas, patriarcas de uma família que já vivia o luto recente em decorrência da morte de outro filho anteriormente. Assim, Krug (Garret Dillahunt), Sadie (Riki Lindhome) e Francis (Aaron Paul), os membros da “quadrilha de sádicos” do filme, terão que batalhar pela sobrevivência, haja vista a sede de vingança da família que ao longo dos desdobramentos do filme, descobrem os acontecimentos e estabelecem o contra-ataque.

A Última Casa (The Last House On The Left, Estados Unidos – 2009)
Direção: Dennis Iliadis
Roteiro: Adam Alleca, Carl Ellsworth
Elenco: Garret Dillahunt, Tony Goldwyn, Monica Potter, Michael Bowen, Josh Coxx, Riki Lindhome, Aaron Paul, Sara Paxton, Martha MacIsaac
Duração: 110 min.

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