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Crítica | WandaVision – 1X06: All-New Halloween Spooktacular!

por Ritter Fan
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  • Há spoilers. Leiam, aqui, as críticas dos demais episódios.

Eu sou o Visão. Eu quero ajudar. Mas o que é um Vingador?
– Visão

All-New Halloween Spooktacular! já era famoso muito antes de WandaVision ir ao ar, já que as imagens de Elizabeth Olsen e Paul Bettany fantasiados com os uniformes dos quadrinhos da Feiticeira Escarlate e Visão para o que obviamente seria um episódio de festividades  foram as que mais foram divulgadas e circuladas Internet afora e, nesse aspecto, não há o que reclamar. Ver a dupla daquele jeito foi sensacional, com o bônus de ainda vermos Evan Peters com o clássico uniforme de Mercúrio, levando o jovem Timmy a tiracolo com a mesma roupa e, mais do que isso, o pequeno Billy como Wiccano e Agnes de bruxa.

Em outras palavras, foram diversos momentos muito divertidos usando essa premissa simples e muito bem executada que traz “de volta” as crianças de Westview depois que reclamações formais foram protocoladas diante do S.A.C. do Hex. Outra diversão – essa às nossas custas, mas que eu já imaginava e até esperava – foi o uso de Evan Peters como um mero artifício de metalinguagem, enterrando de vez  as esperanças de muitos, inclusive a minha, de que este fosse o momento em que as portas do multiverso seriam escancaradas. Aquele Pietro ali, por tudo o que é mostrado e dito, inclusive a breve visão que Wanda tem dele crivado de balas, nos remete ao Pietro de Era de Ultron. Não era o que eu queria lá no fundo, mas eu gosto dessas rasteiras do UCM, vide minha mais completa e sincera alegria quando veio o twist sobre o Mandarim em Homem de Ferro 3.

O que realmente me causou estranheza no episódio foi o despertar momentâneo de Agnes graças ao Visão. Tudo bem que ela serviu de mais uma maneira de o androide perceber o tamanho do problema ao seu redor, quando ela não só fala nos Vingadores, como diz que ele está morto, levando-o de vez – ou quase – a atravessar a barreira televisiva de Wanda. Meu ponto com a personagem é que ela vinha sendo trabalhada como alguém que sabia mais do que parecia, especialmente no episódio anterior em que ela encara o crescimento dos gêmeos com naturalidade e até traz aquela casinha de cachorro. Ao acordar para a realidade, ela não revela ser mais do que mais uma habitante de Westview dominada por Wanda. Outra rasteira da Marvel? Vamos esperar para ver.

Mas falando do episódio como um todo, vale destacar, além dos pontos acima, a bizarra “exploração” que o Visão faz pelos confins da cidadezinha, revelando que, quanto mais distante de Wanda, mais congelados são os habitantes, com o diretor Matt Shakman aproveitando para criar uma leve atmosfera de filme de horror que combina bem com a temática festiva do episódio dentro do episódio. A tragédia anunciada de Visão é, inegavelmente, uma das mais fascinantes abordagens da série e será muito interessante ver como Jac Schaeffer lidará com isso, pois existem várias possibilidades, muitas delas com final mais feliz, algo que eu prefiro que não aconteça, apesar de gostar muito do androide.

Por outro lado, mesmo considerando a manifestação mais ampla do poder de Wanda ao expandir as fronteiras da barreira, transformando as instalações da E.S.P.A.D.A. em um circo, com a absorção até mesmo de Darcy e dando a entender que ela realmente está controlando tudo (ainda que não se lembre de como tudo começou, o que me deixa de sobrancelha levantada), toda a ação do lado de fora de Westview me pareceu pouco inspirada, quase burocrática. O ponto mais alto dessa minha impressão foi a forma canhestra com que Darcy informa a Monica que ela é basicamente uma super-heroína agora. Claro que não precisava ser Sherlock Holmes para imaginar algo assim e, quem leu os quadrinhos, sabe que Monica Rambeau foi a verdadeira primeira Capitã Marvel e que, no UCM, deverá adotar o codinome de piloto de sua mãe, Fóton, também usado nos quadrinhos, mas o problema é que o didatismo de sua “transformação” foi quase uma partícula expletiva do roteiro, como se a equipe tivesse esquecido de inserir isso e tivesse que escrever qualquer coisa em um guardanapo no set de filmagens.

Da mesma maneira, a vilanização exacerbada do Diretor Tyler Hayward é uma sucessão cansativa de clichês sobre gente em posição de autoridade que se recusa a ouvir seus subordinados. Já entendemos que ele é assim e, mesmo que uma das funções desse exagero seja permitir a criação de todas as teorias possíveis por parte dos fãs sobre quem ele secretamente pode ser, o fato é que não precisávamos dessa “demissão” da trinca formada por Darcy, Monica e Jimmy, somente para que os três, ato contínuo, voltem à ativa também de maneira clichê. É como se não houvesse muita coisa para contar sobre o lado de fora, então tiveram que inventar qualquer coisa só para justificar a minutagem já bastante acanhada do episódio.

Mas, com isso, não quero de forma alguma dizer que WandaVision está perdendo a força. Não é isso. A série está, apenas, acomodando as placas tectônicas, por assim dizer, repetindo a estrutura comum inaugurada no episódio anterior, o que detrai de sua pegada absolutamente original, mas que, por outro lado, não havia muita escapatória. Ainda há muitos mistérios a serem solucionados e potencialmente muita coisa para acontecer com Wanda, Visão e demais personagens nos três episódios finais. Creio que há ainda pelo menos um grande ás escondido nessa história toda e o que vem por aí tem tudo para trazer mais tragédia para a vida de Wanda.

WandaVision – 1X06: All-New Halloween Spooktacular! (EUA, 12 de fevereiro de 2021)
Criação: Jac Schaeffer
Direção: Matt Shakman
Roteiro: Chuck Hayward, Peter Cameron
Elenco: Elizabeth Olsen, Paul Bettany, Teyonah Parris, Kathryn Hahn, Randall Park, Kat Dennings, Josh Stamberg, Asif Ali, Jett Klyne, Julian Hilliard, Evan Peters
Duração: 38 min.

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