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Crítica | Alligator 2 – A Mutação

por Leonardo Campos
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Prezado leitor, vamos filosofar? Qual opção para você é mais válida? Observe: refilmar uma produção que fez bastante sucesso menos de uma década depois de seu lançamento? Lançar uma continuação pouco inspirada e basicamente narrada sob a mesma estrutura do filme anterior? Não fazer nada e criar algo mais interessante, talvez com um esquilo ou porco assassino. O que acha? Prefiro ficar com a última opção. Esse, no entanto, não foi o interesse dos realizadores da aventura mesclada com toques de horror em Alligator 2 – A Mutação, um dos filmes mais genéricos sobre animais assassinos e contato com os seres humanos.

Lançado em 1991, o filme recapitula toda a estrutura narrativa do primeiro filme. Sem inspiração alguma ou cenas de tesão que nos faça sentir envolvidos com a história, o filme traz uma corporação perigosa, a Future Chemicals Corporation, responsável por despejar experimentos laboratoriais nos esgotos e alimentar o jacaré que se transformará na gigantesca celeuma para prefeito, polícia e sociedade civil.  Dirigido por John Hess, cineasta guiado pelo roteiro de Curt Allen, Alligator 2 – A Mutação é, tal como o seu primeiro, uma produção sem a mínima sutileza, repleta de absurdos e cenas pouco inspiradas, sem uma gota sequer de criatividade.

A trama se estabelece da seguinte maneira: um jacaré imenso é responsável por trazer horror para uma cidade que tem como um dos pontos de encontro e entretenimento, um lago conectado ao sistema de esgoto. Sem noção da existência de uma criatura tão infame no local, as pessoas desavisadas divertem-se na região, até que algumas vítimas começam a fazer parte da lista nutricional do animal, criatura rastejante sedenta por alimentar-se da carne humana ofertada com tanta facilidade. É uma situação que deixa a todos preocupados, em especial, os especialistas David Hodges (Joseph Bologna) e Rich (Woody Brown). Quem não demonstra importância alguma é Vincent Brown (Steve Railsback), responsável pelo descarte indevido nos esgotos.

Visualmente, Alligator 2 – A Mutação é um filme medíocre, mas se torna ainda pior pela falta de bom senso dos realizadores em trazer alguns frames do mesmo jacaré do primeiro para a continuação. Os efeitos visuais e especiais, coordenados por John Criswell são muito irregulares, pouco convincentes e sem impacto algum, mesmo tendo sido realizado quase 10 anos depois do primeiro, algo que deveria ao menos trazer inovação tecnológica. A direção de fotografia de Joseph Mangine faz o possível com o uso de POV para economizar na demonstração do monstro, apoiado pela condução musical de Jack K. Tillar, razoável e dentro das possibilidades da produção.

Ademais, a produção de 90 minutos é desnecessária em sem impacto algum. Mesmo que tenha sido absurdo e menos interessante que o seu primeiro filme, casos como Anaconda 2 – Caçada a Orquídea Sangrenta ao menos investiu num hall de personagens, cenário e elementos diferentes do seu antecessor, algo que ao menos justificou a sequência. No caso de Alligator – O Jacaré Assassino, a sua continuidade segui apenas o padrão do lucro da indústria, algo que nem se efetivou, haja vista o desinteresse do público pelo tema, pois o filme é uma dessas sequências tardias, lançadas grande fervor e lembradas apenas em situações retrospectivas como essa, antecipadora da chegada de Predadores Assassinos, filme de luxo no ramo dos répteis perigosos.

Alligator 2 – A Mutação (Alligator 2: The Mutation/Estados Unidos, 1980)
Direção: John Hess
Roteiro: Curt Allen
Elenco: Dee Wallace, Holly Gagnier, Brock Peters, Buckley Norris, Chavo Guerrero Sr., Joseph Bologna, Julian Reyes, Christine Avila, Harlan Arnold
Duração: 92 min

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