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Crítica | Planeta Hulk

por Pedro Cunha
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Planeta Hulk é um dos arcos mais icônicos da história do Gigante Esmeralda, ele é tão grande que transcendeu ao seu protagonista e passou a ser um dos maiores clássicos da Marvel. Mesmo tendo essa fama, duvido que ela funcionaria com outro personagem da Casa das Idéias. Ela é pautada desde o princípio na ação e por isso é tão perfeita para o Hulk.

Era certo que a Marvel não perderia a oportunidade de tornar esse arco uma animação, além de dar uma sobrevida à história, essa atitude também é tida como dinheiro certo, já que o material fonte é muito querido. Assim surgiu a animação Planeta Hulk, dirigido por Sam Liu e com o roteiro do trio Greg Johnson, Craig Kyle e Joshua Fine.

Logo no início somos apresentados à duas razões principais de toda a trama, vemos Hulk despertando em uma nave que está a caminho de seu exílio, esse que foi planejado pelos seus companheiros de grupo. Essa situação serve para mostrar um personagem sem esperança, que perdeu tudo que tinha e não confia mais em ninguém, já que foi despejado de seu planeta natal pelos Vingadores e Illuminati.

Hulk não se deixa vencer pelas correntes que o prendem, logo que ele acorda já o vemos tentando, e conseguindo, quebrar todas as suas amarras. Quando ele se vê livre, começa a quebrar o seu veículo. Os Illuminati planejavam que o Gigante Esmeralda fosse exilado em um planeta calmo e cheio de florestas. Mas não é isso que acontece, Hulk se liberta e cai no planeta desértico liderado por um rei tirano, esse planeta é Sakaar.

A segunda razão vem dentro desse planeta, lá vemos um alienígena fazendo um ritual, em que é declarado que o libertador virá dos céus e lutará por todos aqueles que são oprimidos pelo Imperador de Sakaar. Durante a sua oração ele vê uma nave caindo do céu, esse é a nave de Hulk. Assim que o verdão chega ao planeta é capturado e levado para uma prisão. Na prisão ele conhece Hiroim, Korg, Miek e Elloe Kaifi.

Não demora muito para vermos por quê o Rei Vermelho é o tirano de Sakaar, ele pega todos aqueles que o desobedecem e os manda para a arena de batalha. Hulk é inserido no meio dos rebeldes e é posto para lutar como um gladiador, quando o herói começa a lutar, todos vêm que ele é uma máquina de combate. Porém, esse sistema criado pelo imperador precisa que aqueles que lutam contra as bestas percam, isso faz de Hulk uma ameaça para todo o império do Rei Vermelho.

Ameaça para alguns, escolhido para outros, as lendas da Sakaar apontam diretamente para Hulk, um ser que é poderoso e está pronto para liderá-los em uma investida contra o Rei Vermelho. Tudo fica ainda mais claro para alguns quando eles percebem que o sangue do Gigante faz com que a terra de Sakaar seja fértil de novo.

O roteiro de Greg Johnson, Craig Kyle e Joshua Fine é simples até demais, o primeiro arco é completamente utilizado para que conheçamos todos os personagens da trama, chega até a ser preguiçosa a forma que o trio apresenta os companheiros de Hulk. A narrativa para em um determinado momento a fim de explicar a história por trás dos que o ajudam na arena e até mesmo dos antagonistas da história.

Até as viradas na narrativa são completamente previsíveis, já que o roteiro estabelece com muita firmeza tudo aquilo que os personagens são. Deixar tudo preto e branco às vezes fere a narrativa e Planeta Hulk é um ótimo exemplo de trama que acabou ficando simples demais. Deve-se levar em consideração que a animação possui apenas 80 minutos e por isso deve focar muito no que é apresentado. Mas acredito que o tempo não seja uma desculpa correta para esse tipo de crítica, já que vemos por várias vezes a trama focar em momentos que não levam a história para lugar nenhum.

A animação também deixa muito a desejar, o quadrinho possui uma arte muito interessante e competente. Já o longa parece precisar de mais dinheiro para ter tempo de construir cenários mais elaborados e movimentos mais orgânicos. Toda a ação de Planeta Hulk fica contida no primeiro plano, não se vê nada que se mecha durante a luta, apenas os personagens que estão em foco. Até nos momentos em que a arena é mostrada o fundo é estático e muito mal representado, com apenas poucos personagens, algo que vai completamente contra o roteiro da história, que faz questão de mostrar aquele momento como algo sagrado para o planeta e seu rei.

As lutas que deveriam ser a parte que mais se destaca ficam completamente jogadas de lado. Os movimentos são contidos e principalmente repetitivos, para piorar, o que deveria ser mostrado com planos gerais é feito em closes e focos de ação. Isso só contribui para que pensemos que a animação não teve tanto dinheiro quanto merecia, o que fez com que o diretor Sam Liu optasse por planos rápidos e contidos, que não animam em nenhum momento o espectador.

Planeta Hulk é um clássico da Marvel, que foi porcamente adaptado para outra mídia, é muito pouco inteligente da parte da casa das idéias não fazer igual a sua maior concorrente e investir pesado nesse mundo das animações. A DC tem diversos exemplos de histórias que ganharam muito quando foram transferidas para a telinha, já a Marvel se sai muito bem nas grandes telas, mas quando o assunto são as menores ela deixa muito a desejar.

Planeta Hulk  (Planet Hulk)  — EUA, 2010
Direção: Sam Liu
Roteiro: Greg Johnson, Craig Kyle, Joshua Fine
Música: Guy Michelmore
Elenco: Rick D. Wasserman, Lisa Ann Beley, Mark Hildreth, Liam O’Brien, Kevin Michael Richardson, Sam Vincent, Advah Soudack
Duração: 81 min.

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